Medo de dirigir entre motoristas habilitados pode ser bom para autoescolas

Falta de domínio do carro, excesso de autocrítica, preocupação em errar ou em ser avaliado e até traumas causados por pequenos ou grandes acidentes são características comuns de quem tem medo do volante, segundo a psicóloga Cecilia Bellina, autora do livro Dirigir sem Medo. A terapeuta já atendeu mais de 25 mil motoristas que buscavam superar a falta de coragem para conduzir um carro. De acordo com a Abramet, a estimativa é que 2 milhões de pessoas habilitadas sofram desse problema no País.

Muitas autoescolas estão focando nesse filão, voltado exclusivamente para condutores com carteiras, que ainda precisam vencer o pânico do volante. Para isso, é necessário um desembolso é de, em média, R$1.000, podendo variar conforme a necessidade de aulas e terapias do aluno.

As metodologias mais comuns aliam aulas práticas com acompanhamento psicológico, que avalia e trata os aspectos emocionais do aluno. A terapia comportamental pode ser feita de forma individual ou em grupo de até oito pessoas, levando em conta os objetivos e dificuldades de cada um.

Já as aulas práticas vão além das habilidades necessárias para o exame do Detran. Os exercícios são graduais, sempre acompanhados por de um instrutor treinado nesta metodologia e o aluno aprende desde mudar as marchas do carro da autoescola até estacionar o próprio veículo em uma vaga apertada em um shopping center. Junto com ao terapeuta, o aprendiz define metas e percursos por onde quer dirigir.

Embora as pessoas que procurem a ajuda de escolas especializadas tenham perfis diversos, as mulheres representam cerca de 80% de seu público-alvo. A maior demanda vem de motoristas entre 35 e 45 anos, independentes e bem sucedidas, mas que se sentem limitadas pelo medo da direção.

Além do medo de dirigir no trânsito de grandes cidades e estradas, outro nicho que tem sido explorado é o de pessoa com medo do exame de direção do Detran. Nesses casos, o acompanhamento psicológico pode ser feito paralelamente às aulas práticas em autoescolas tradicionais, a fim de tornar o candidato mais confiante e diminuir seu nervosismo na hora da prova.

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